Não sei como viver, nunca aprendi!
Vivo como bicho, seguindo meus instintos
Saciando meus desejos e alimentando minhas taras
Acariciado pela sorte aqui e ali.
Mas lamento, sobretudo, uma inapelável condenação ao equilíbrio,
Esse cruel patrão, tatuado na minha alma em tintas ocres de sangue,
Que não me deixa enlouquecer de vez, nem de felicidade
E nem me prende nas seguras (e chatas) trilhas do convencional.
Vivo, inconseqüentemente, vivo
Paixões, amores, angústias e alguns desesperos
Tudo sem certeza ou muita fé
Com a sensação de que a maturidade em mim veio travestida.
Não me dou conta da idade que a data de meu nascimento atribui
Ou que a papada sob meu queixo denuncia
Nego meus cabelos brancos e o espelho
Só não posso negar o cansaço.
Não consigo mais controlar nada
Só quero aprender a deixar o corpo solto
A alma leve, o coração aberto e o medo preso
E deixar a vida entrar pelo nariz, rindo, louco.
Zé Mauro Nogueira
sim, é isso!
ResponderExcluiresse é o mauro que gostamos de ver.
e que conhecemos muito, muito bem.
(desde de tempos longínquos -
tão longínquos que não correspondem
a anos, eras e mesmo eóns.)
essa é a força de vida
que sinceramente vi
oculta e em potencial,
aguardando a permissão
de se expressar integralmente.
e mesmo assim
ainda insiste na pergunta:
"em que ajudamos, de que somos úteis?"
parando pra olhar a contribuição
apenas no campo da comunicação
já dá pra afirmar com total segurança:
inúteis é que não somos.
pois toda inutilidade
aqui tem outra conotação
e ganha um valor inestimável.
:)