quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A grande lição

 



Sou um ser provavelmente mais errante do que a média, ou por essência ou por atraso no processo evolutivo, tanto faz. Da vida fui fazendo o que soube, o que pude, o que me ocorreu, movido por desejos nem sempre nobres e limitado por medos nem sempre percebidos. Certamente errei demais!

Mas tenho total convicção de que tudo já valeu a pena por pelo menos um aspecto: a paternidade. Nisso descobri uma dimensão totalmente nova, de mim mesmo e do universo. Hoje faz dezesseis anos que me tornei pai. E agradeço cada dia, cada vivência dessa alucinada jornada que tanto me ensina.

Ser pai (ou mãe, claro), acredito piamente, é o mais intenso dos acontecimentos que o destoante homo sapiens pode experimentar. É a manifestação absoluta da força biológica que nos define e que, por mediocridade e soberba, tendemos a negar.

A natureza é perfeita em si, nada é fora de lugar ou de tempo, nada é bom ou mau. Tudo flui como só pode fluir. E criar um filho é aprender a integrar-se a esse fluxo da vida, às vezes alegra, às vezes entristece, mas sempre enche a existência de significado, ou propósito.

Ao meu filho, Pedro, feliz aniversário!

 

Zé Mauro Nogueira