Visão geral do meu início de 1987, segundo ano de
Universidade: em recuperação de um tifo, pele e osso, pesando 66kg, com o
cabelo bem ralo de tanto que caiu com as semanas de febre, sem dinheiro pra
nada e sem lugar pra morar em Florianópolis. Não me lembro de ter estado tão na
merda.
Quando finalmente arrumei um lugar pra ficar, num
apartamento na Av. Mauro Ramos onde já moravam outros cinco caras, topei com um
gaúcho aluno de educação física que virou pra mim e disse: “Bah, negão, tu tá
precisando botar uma carninha nesses ossos! Vou te dar uma mão”.
A gente arrumou uma academia baratinha e passamos a
caprichar na comida. O almoço era no restaurante universitário, mas à noite e
pela manhã sempre tinha alguma coisa pra pesar no estômago: litros de vitaminas
de banana que eram verdadeiras bombas, panelas de polenta ou de lentilha, ou
qualquer outra coisa que “desse sustância”.
Em poucos meses começou a dar resultado. No corpo e na auto
estima. Esse ano acabaria como um dos mais importantes da minha vida, descobri
um jeito novo de me colocar no mundo e adquiri uma confiança que me
acompanharia por muito e muito tempo.
O gaúcho marrento voltou para Torres e aprecia sua pacata
vida mansa com a mulher e o filhote, que, finalmente, resolveu trazer ao mundo.
Merecida paz, gaudério. Se ler isso daqui, obrigado por tudo!
Zé Mauro Nogueira
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