Eu lembro bem que estávamos em plena olimpíada de Atenas, o
time de vôlei masculino estava afinado, acabaria campeão olímpico. Ninguém
tinha Facebook ainda, que, aliás, acabava de ser criado, mas ninguém conhecia
(bons tempos!). E eu me recuperava de uma infecção hospitalar que me deixou onze dias internado e me
reduziu a pele e osso.
Tinham se passado quase nove meses desde aquela tarde de
verão em que o teste de gravidez de farmácia tinha dado positivo. Era uma
quinta-feira, me lembro bem. No início da noite fomos procurar a obstetra
porque Camila estava sentindo algo estranho. Ela não sairia mais do hospital
aquela noite.
Voltei pra casa para pegar as coisas e a família foi
convocada. Assim como o anestesiologista, o tranquilo amigo Dr. Adelmaro que, para meu desespero, repetia a
cada telefonema: estou chegando, estou chegando!
Tinham se passado apenas 10 minutos da meia noite, já era 27
de agosto. Levei um susto quando vi, custei a entender. Bem, era uma coisinha
branca, silenciosa. Levei uns segundos para entender que era meu filho, seguro
pelos pés, de cabeça pra baixo.
Em segundos experimentei as sensações mais fortes de toda
minha vida. Primeiro, a pancada que é VER que tem um filho. Deus do céu, um
filho! Jamais esquecerei o que senti, embora não tenha conseguido nunca
transformar isso em palavras. Mas, como vem tudo junto mesmo, instantes depois
eu já estava às voltas com o medo de perdê-lo. Eu não entendia porque tinham
todos se debruçado sobre ele, com movimentos e expressões de gravidade. Na
minha cabeça, ele estava morrendo naquele berço. Não sei quanto tempo se passou
naquilo, mas foi a espera mais longa e difícil da minha vida. Até que ele
chorou e todos retomaram a expressão de tranquilidade. Meu corpo tinha espasmos
musculares de tanta tensão e emoção. O garoto custou a respirar e quase me mata
do coração. Nem bem chegou e já tinha me
mostrado que eu nunca mais seria o mesmo.
Quando saí da sala de cirurgia, abracei e parabenizei os
avós e tios presentes e depois fui para um canto de sala. Sentei em algum lugar
e desabei. Chorei como nunca me lembro de ter chorado antes na vida. Nem
depois. Um choro de felicidade, de plenitude, de medo, de alívio. O primeiro
choro de pai.
Hoje Pedro completa 09 anos.
Zé Mauro Nogueira
Ele é lindo!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirTambém acho!
ExcluirUm grande abraço ao Pedro, parabéns!
ResponderExcluirDavi
Valeu, Tamanini!!!
ExcluirChorei por 40 minutos....desde a hora que Dudu saiu de minha barriga até chegar no Centro de Recuperação.
ResponderExcluirEmoção mais intensa que existe....simplesmente uma mudança de etapa. Você é você e passa a ser pai/mãe de fulano(a).
Li uma frase que diz tudo: A decisão de ser mãe/pai é muito importante: é decidir viver, para sempre, com o coração fora do corpo. Grannnde verdade!
Bjos a Pedrooca, fofo da tia!
Obrigado, Gigi
ExcluirParabéns pelo texto e parabéns ao Pedro!
ResponderExcluirDiogo D.
Valeu, amigo
ExcluirAinda em tempo de desejar um ciclo de muita saúde, amor, alegria e luz para o seu Pedro!
ResponderExcluirParabéns, amigo! Você é um grande Pai.
Bjos
Obrigado, minha amiga. Bjs
Excluir